Escoliose: o que é, sintomas, causas e como tratar
Escoliose é caracterizada pela curvatura anormal da coluna vertebral, que se desvia lateralmente e pode comprometer as regiões lombar, torácica ou cervical. Esse desalinhamento, perceptível quando se observa as costas do paciente, forma um padrão em “S” ou “C”, contrastando em como coluna é quando está saudável, que é alinhada.
A condição afeta aproximadamente 3% da população mundial, apresentando-se em diferentes graus e tipos. Além de impactar a estética corporal, a escoliose pode causar dores e até prejudicar a função pulmonar, especialmente em casos mais graves, nos quais o desvio reduz o espaço do tórax e limita a mobilidade.
Embora muitas pessoas acreditem que o problema decorre de maus hábitos posturais, essa relação não é necessariamente verdadeira. Na maioria das vezes, é o próprio desvio característico da escoliose que provoca a má postura do paciente, gerando alterações no corpo como um todo.
A coluna vertebral pode adotar um alinhamento incorreto, torcendo-se em torno do seu próprio eixo e inclinando-se para frente, para trás e para os lados, operando assim em um plano tridimensional.
Tipos de Escoliose
Conheça na íntegra os tipos de escoliose e entenda mais sobre eles.
Escoliose Congênita
- Presente desde o nascimento, causada por má formação ou divisão anormal das vértebras.
- Representa aproximadamente 10% dos casos.
- A deformidade pode ser percebida ao nascimento ou manifestar-se durante o crescimento, passando despercebida nos primeiros meses de vida.
Escoliose Neuromuscular
- Origem relacionada a doenças neurológicas ou musculares.
- Condições associadas: paralisia cerebral, poliomielite, distrofia muscular, traumatismos raquimedulares, artrogripose e mielomeningocele.
- Ocorre devido a alterações no controle muscular ou na estabilidade da coluna.
Escoliose Idiopática
- É o tipo mais comum, responsável por cerca de 80% dos casos.
- Não possui causa definida, embora fatores hereditários sejam considerados importantes.
- Classificação conforme a faixa etária:
- Infantil: até 3 anos de idade.
- Juvenil: de 3 a 10 anos.
- Adolescente: de 10 a 18 anos.
- Adulto: a partir dos 18 anos.
- Geralmente assintomática nas fases iniciais, podendo evoluir e causar limitação da mobilidade e restrições cardiorrespiratórias.
- Durante a puberdade, o rápido crescimento corporal aumenta o risco de progressão da curvatura.
Escoliose Degenerativa
- Se desenvolve principalmente com o envelhecimento, a partir dos 60 anos, devido ao desgaste dos discos intervertebrais e articulações da coluna.
- Também pode ocorrer em qualquer fase da vida após lesões como osteoporose e traumas na região da coluna.
Escoliose Pós-traumática
- Surge como consequência direta de quedas, traumas e acidentes.
- Esses eventos podem causar desalinhamento e curvaturas anormais na coluna vertebral.
Classificação da Gravidade da Escoliose
- Até 10 graus: considerada uma curva fisiológica, geralmente não requer tratamento.
- Entre 10 e 20 graus: curva leve, com necessidade de acompanhamento especializado.
- De 20 a 40 graus: considerada uma curva moderada.
- Mais de 40 a 45 graus: classificada como curva moderada a grave, com maior potencial de impacto funcional.
Causas
Como mencionado anteriormente, a escoliose é uma alteração na curvatura natural da coluna vertebral, podendo surgir em diferentes momentos da vida e por múltiplos fatores. A maioria dos casos é classificada como idiopática, ou seja, sem causa definida.
Além disso, a escoliose pode ter causas pós-traumáticas, degenerativas, neuromusculares ou congênitas, relacionadas a doenças, envelhecimento ou má formação ao nascer. Embora hábitos como postura inadequada, sedentarismo, obesidade e prática incorreta de atividades físicas não sejam causas diretas da escoliose, podem favorecer seu desenvolvimento ou agravamento.
É importante lembrar que com o aumento da longevidade, é esperado que as deformidades de natureza degenerativa se tornem cada vez mais comuns.
Sintomas
Os sintomas da escoliose podem variar bastante. Em muitos casos, especialmente na escoliose congênita, o paciente convive com a condição de forma assintomática por um longo período. A ausência de sintomas e a dificuldade de perceber visualmente a deformidade levam muitas pessoas a procurar auxílio médico apenas quando a curvatura se agrava e os sinais se tornam mais evidentes.
Quando presentes, os sintomas podem surgir isoladamente ou em conjunto, incluindo: quadris desnivelados, diferença no comprimento das pernas, dores musculares,sensação de fadiga nas costas, fadiga na região lombar após longos períodos sentado ou em pé, dificuldade para manter a coluna ereta, assimetria na altura dos ombros, mamas ou cintura, além de uma saliência na caixa torácica, conhecida como gibosidade costal.
A dor muscular pode variar de leve a intensa, dependendo do grau da curvatura. Além dos desconfortos físicos, fatores psicológicos também podem estar associados ao impacto emocional causado pela alteração postural. A detecção e a intervenção precoce são essenciais, pois aumentam consideravelmente as chances de controlar a progressão da escoliose e melhorar a qualidade de vida do paciente.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico da escoliose começa com a avaliação clínica, onde o médico realiza exames físicos e observa sinais visuais como assimetrias na cintura, diferença na altura dos ombros e saliência do arco costal. Além disso, é essencial analisar o histórico clínico do paciente.
Para confirmar a presença e o grau da curvatura, são realizados exames de imagem, como raio-x, tomografia computadorizada e ressonância magnética, que ajudam a definir a gravidade e orientar o tratamento.
O tratamento da escoliose varia conforme a intensidade da curvatura, sua evolução, a idade e as necessidades do paciente. Em casos leves, o acompanhamento é feito com fortalecimento da musculatura, coletes ortopédicos e melhora do alinhamento postural. Exercícios físicos como musculação podem ser indicados, desde que com orientação médica.
Quando a curvatura da coluna atinge entre 40 e 45 graus e continua progredindo, ou ultrapassa os 50 graus, a cirurgia pode ser necessária para corrigir a deformidade e evitar agravamentos. Curvaturas muito acentuadas, entre 70 e 90 graus, podem comprometer órgãos vitais, exigindo intervenção cirúrgica após avaliação médica detalhada.
Em muitos casos, especialmente quando a curva é inferior a 50 graus e não há risco para órgãos vitais, o tratamento conservador e fortalecimento muscular são suficientes. Medicamentos como analgésicos, anti-inflamatórios e relaxantes musculares podem ser utilizados para aliviar a dor.
O tratamento deve sempre ser individualizado, com decisão compartilhada entre o especialista e o paciente, visando preservar a qualidade de vida e evitar complicações.
O Centro de Coluna está preparado para oferecer um atendimento especializado e humanizado, desde o diagnóstico preciso até o tratamento mais adequado para cada paciente. Contamos com uma equipe multidisciplinar e tecnologia de ponta, garantindo segurança, eficácia e acolhimento em todas as etapas do cuidado.
Nosso compromisso é promover qualidade de vida, bem-estar e autonomia para quem convive com a escoliose, sempre respeitando as necessidades e particularidades de cada indivíduo
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